Mini o que??

Gosto muito do estilo minimalista, que configura entre os meus favoritos. A concepção de um ambiente limpo, “clean”, enxuto, com apenas o necessário, é altamente atraente, pela limpeza visual que gera. Esse seria um estilo baseado no qual eu projetaria, por exemplo, para um apartamento pequeno. Fui criada sempre em casas grandes com quintais, de forma que ao ver-me morando há alguns anos em um pequeno apartamento, passei a repensar o modo de organização das coisas, os excessos, etc. Quando falo em excessos, refiro-me às “tralhas” que são absolutamente inúteis e que juntamos por anos a fio, além da mobília enorme e outras coisas, e depois ainda nos perguntamos: “onde está o espaço dessa casa?”, “por que nunca cabe nada na minha casa?”. Se você já se fez essas perguntas pelo menos uma vez, é hora de perceber que o problema nem sempre é o seu espaço, já que um bom designer consegue transformar qualquer tamanho de espaço em um ambiente agradável, funcional, confortável e esteticamente bonito.
A limpeza visual e a organização típicas do minimalismo refletem no nosso bem-estar, distanciando-nos do estresse do dia-a-dia, de um mundo exagerado de informações e de estímulos visuais; descansa os nossos sentidos. Se pudermos resumir o minimalismo em uma frase, esta certamente será “menos é mais”. A iluminação é preferencialmente natural e, quando houver necessidade da artificial, que seja embutida. Para a mobília tem que ser pensado cada detalhe, deve ser limpa visualmente, prática e elegante. A paleta de cores também é super simples, havendo a opção pelos tons claros (eventualmente o preto também é utilizado), que, ao terem incidência de luz, esta é refletida e o ambiente ilumina-se mais, além de conferir a ilusão de espaço majorado.

Será difícil para muitas pessoas conseguir alcançar o seu estado zen se vivem numa casa caótica, recheada de peças inúteis e que dificultam o dia-a-dia – é que a desorganização visual também pode ser fonte de stress e mal-estar. Este simples guia vai ajudá-lo a criar uma casa minimalista que, sem perder o conforto a que está habituado, torna-se estranhamente libertadora.

Benefícios de uma casa minimalista 

  1. Menos stressante. A desarrumação ou os espaços muito cheios são, em si, uma forma de distracção visual – há sempre algo a chamar a nossa atenção e, muitas vezes, da pior maneira possível. Quanto menos “coisas” tiver, menos stress visual terá. Uma casa minimalista tem um efeito calmante.
  2. Mais apelativa. Pesquise e compare fotografias de casas onde não cabe nem mais um alfinete com fotografias de casas minimalistas. Aquelas que pouco ou nada têm, à excepção de mobiliário bonito, algumas peças de arte bem escolhidas, elementos decorativos elegantes mas em pouca quantidade, são aquelas que nos seduzem mais. Pode tornar a sua casa mais apelativa, tornando-a mais minimalista.  
  3. Mais fácil de limpar. Quantas mais coisas tivermos em casa, mais difícil se torna a limpeza da mesma, uma vez que não é fácil limpar uma prateleira cheia de objectos ou aspirar um quarto que tem mais mobília do que o necessário. Pense no quão fácil seria limpar um quarto vazio em oposição a um quarto que tenha 50 objectos – claro que este é um exemplo extremo, mas serve para ilustrar este ponto.

As principais características de uma casa minimalista

  • O mínimo de mobiliário. Qualquer espaço minimalista requer apenas algumas peças de mobília essenciais – numa sala, por exemplo, podemos considerar um sofá, uma poltrona, uma mesa de apoio e uma mesa simples para a televisão (sem muitas prateleiras) e alguns candeeiros como sendo mais do que suficiente. No fundo, um quarto minimalista necessita apenas de uma cama, uma cómoda e mesas-de-cabeceira. O indispensável.
  • Superfícies despojadas. Numa casa minimalista, todas as superfícies lisas são despojadas, com a excepção de uma ou duas peças decorativas (ver ponto seguinte). As superfícies não estão cobertas de pequenos objectos, pilhas de livros, revistas ou papeis.   
  • Apontamentos decorativos. É claro que uma casa completamente vazia não seria muito atraente, pelo contrário, tornava-se até um pouco entediante. Em vez de ter uma mesa de apoio vazia, coloque um vaso com flores frescas; uma secretária sem nada pode ser adornada com uma bonita moldura; ou uma parede vazia preenchida com um quadro fabuloso. Menos é mais.
  • Qualidade em vez de quantidade. Em vez de encher a sua casa do chão ao tecto, um minimalista escolhe poucas peças, geralmente aquelas que adora e vai utilizá-las vezes sem conta. Por exemplo, uma estante vintage pode ser muito mais apelativa do que várias estantes pré-fabricadas.

Como criar uma casa minimalista

  • Uma divisão de cada vez. A não ser que se vá mudar para uma casa nova, é difícil simplificar uma casa inteira de uma só vez. Concentre-se antes numa divisão de cada vez, permitindo que esse espaço seja o centro da sua tranquilidade. Utilize-a como inspiração para simplificar o próximo quarto e o próximo… e depois o exterior da casa. 
  • Comece com a mobília. Os elementos de maior dimensão num qualquer espaço são sempre o mobiliário, por isso, deve começar por aí: simplificar um quarto significa olhar para a sua mobília e determinar o que pode ser eliminado sem prejudicar conforto e funcionalidade. Quanto menos mobília tiver melhor e escolha linhas simples, agradáveis, em cores sólidas e suaves.
  • Apenas o essencial. Seja uma peça de mobília ou qualquer outro objecto, saiba olhar para as coisas num determinado espaço e perguntar-se se é realmente essencial. Se consegue viver sem ele, retire-o. Tente despojar todas as divisões até restar apenas o seu essencial – mais tarde pode sempre adicionar alguns objectos de eleição e de qualidade, claro. 
  • Chãos despojados. Para além da mobília, não deve ter absolutamente mais nada no chão – seja livros, revistas, objectos por arrumar ou caixas cheias de coisas das quais já nem se lembra. Aqui tem três opções: deite fora/recicle, doe ou armazene nalgum sítio longe da vista.
  • Superfícies despojadas. O mesmo princípio deve ser aplicado às superfícies, ou seja, nada para além do essencial e uma ou duas simples decorações (veja o ponto 10). Mais uma vez deite fora/recicle, doe ou armazene. As superfícies despojadas são uma das principais características de uma casa minimalista.
  • Paredes despojadas. Existem pessoas que gostam de cobrir as paredes das suascasas com tudo e mais alguma coisa – o que não tem nada de minimalista.Mantenha as paredes imaculadas, excepto uma ou duas obras de arte espectaculares (veja o ponto 9).
  • Guarde as coisas longe da vista. Este ponto já foi várias vezes mencionado acima, no entanto, é importante reforçar que tudo deve ter o seu próprio local de arrumação, seja em gavetas ou armários. As prateleiras devem ser utilizadas para organizar livros, CDs e DVDs, mas não devem ter muito mais além disso.
  • Locais de armazenamento. Uma vez que vai simplificar e organizar, atribuindo um lugar específico a cada coisa, é igualmente importante tornar as gavetas e armários de armazenamento também eles minimalistas. No entanto, se preferir, este processo de eliminar, doar ou reciclar pode ser feito numa segunda fase.
  • Arte simples. Para evitar que as divisões da casa se tornem demasiadas “desenxabidas” pode perfeitamente pendurar uma pintura, uma ilustração ou uma fotografia em cada parede, de preferência numa moldura simples e em tons suaves. Porém, se possível, mantenha algumas paredes vazias. 
  • Decorações simples. Como já foi mencionado acima, um ou dois apontamentos decorativos são o suficiente para um quarto minimalista – uma jarra de flores ou uma planta são dois bons exemplos. Se grande parte do espaço ostenta cores suaves, os apontamentos decorativos podem ser de tons mais fortes, caso do vermelho ou amarelo, para avivar um pouco o espaço.
  • Janelas discretas. Janelas despidas ou então vestidas com cortinas ou estores simples e de uma só cor são o ideal – janelas demasiadamente ornamentadas são uma distracção visual.
  • Padrões básicos. As cores sólidas são as melhores para tapetes e carpetes (se escolher tê-las), mobília, têxteis-lar… Padrões mais complexos, como os florais, estampados, quadrados ou riscas também contribuem para o ruído visual.
  • Cores discretas. Como já foi mencionado acima (ponto 10), não há nada de errado em ter um apontamento colorido numa qualquer divisão, porém, a restante decoração deve privilegiar tons mais discretos. O branco é uma cor minimalista clássica, mas na realidade qualquer cor sólida que não incomode a vista pode ser utilizada (azuis, castanhos, beges, verdes…). 
  • Edite e elimine. Depois de ter simplificado uma divisão, a verdade é que provavelmente consegue minimizá-la ainda mais. Deixe passar alguns dias e volte a olhar para esse quarto com outros olhos: o que pode ser eliminado? Armazenado? O que não é essencial? Repita este exercício duas ou três vezes por ano.
  • Desfrute. Depois de ter simplificado um quarto, pare um momento, olhe à sua volta e desfrute do espaço que acabou de criar. Não há nada mais pacífico ou satisfatório do que uma casa minimalista.

Para visualizar na prática um ambiente minimalista, seguem algumas fotos.

Crédito das imagens: Google imagens

fonte: http://conversandosobredesign.blogspot.com.br/

3 pensamentos sobre “Mini o que??

Deixar mensagem para Flávia Cancelar resposta